A brutal ofensiva do Capital contra o mundo do Trabalho, sob a justificaçom de políticas de austeridade para fazer frente a sus crise, tem favorecido o reforçamento do “cidadanismo”.
A maioria das organizaçons políticas e sociais teoricamente situadas no campo da esquerda tenhem interiorizado a terminologia burguesa, assumindo acriticamente as suas categorias. “Cidadao”, “gente” suplantam povo, classe obreira, classe trabalhadora para definir o sujeito da transformaçom, e portanto para designar a maioria social objetivamente interessada em superar o capitalismo.
Este fenómeno é mais umha expressom da derrota à que nos tem conduzido a linha morna e conciliadora da esquerda institucional obsessionada com a agenda eleitoral da falsa democracia do regime burguês espanhol.
O interclassismo que define a prática totalidade dessa esquerda pretende convencer-nos que a única saída à crise passa pola alternáncia eleitoral, por deslocar o PP das instituiçons. Deste jeito renúnciam aos objetivos da transformaçom social e da libertaçom nacional, subtituindo-os polo ilusionismo de um fitício “governo de progresso” conformado por outros dos partidos do regime.
Após 4 décadas de democracia postfranquista a realidade tem constatatado mil e umha vez que PSOE e PP a mesma merda é!, que os governos bipartidos PSOE e BNG aplicam umha gestom similar, que as candidaturas municipalistas das Marés nom aplicam os compromissos eleitorais, que Podemos nom passa de ser a nova expressom populista e socialdemocrata facilitada polo Capital para amortecer e domesticar as luitas, para susbtituir rua por instituiçons e TV.
A classe trabalhadora galega, o povo trabalhador e empobrecido deve deixar de confiar nas forças políticas e nos sindicatos que alimentam a conciliaçom de classes e o ilusionismoe eleitoral, as duas caras da estrategica que nos conduz inevitavelmente à derrota.
Nada podemos esperar deles! A superaçom da crise capitalista passa pola configuraçom de um bloco operário e popular socialista apoiado na auto-organizaçom, forjado numha estrategia de confrontaçom e luita. Só a classe trabalhadora pode dirigir a emancipaçom da classe trabalhadora.
Em 2015 só perdémos direitos laborais e sociais, retrocedémos em liberdades e aumentou a repressom. Este é o resultado da política conciliadora da esquerda institucional e do seu sindicalismo.
É hora de abandonar a delegaçom, de confiarmos nos partidos da “gente” e da “cidadania”, de situar na centralidade discursiva as reivindicaçons do povo trabalhador, de construir ferramentas classistas de defesa, resistência e combate, de abandonar o oportunismo e a demagogia. Porque a verdade sempre é revolucionária. Só mediante a luita conquistaremos um futuro sem reformas laborais, desemprego, precariedade, emigraçom, pensions de miséria, corruçom geralizada, despejos, deterioramento da sanidade e a educaçom.
Estratégia de luita onde combinemos as reivindicaçons sociais com a intransigente defesa da independência e soberania nacional da Galiza. Eis a melhor homenagem a Daniel Niebla e a Amador Rei, 44 anos após o seu assassinato pola polícia espanhola.
Viva a classe e a luita obreira!