Parece ser que Fuco Gomes estava por trás deste escrito. Xurxo Martínez assinala, aliás, a proximidade temporal com a fundaçom da Açom Nacionalista Basca (em finais de 1930). O bilhete mostra a desconfiança total da ANG face à II República espanhola, critica duramente a passividade do galeguismo de aquém-mar, e chama à luita para a plena libertaçom nacional da Galiza:
AÇOM NACIONALISTA GALEGA
Desde o dia em que se proclamou em Madrid a república Espanhola, estamos a receber numerosos telegramas e cartas de compatriotas nossos que residem no interior da República de Cuba, nas quais os seus assinantes se interessam por saber qual é a atitude dos nacionalistas galegos nos atuais momentos e quais serám as vantagens que a República Espanhola há de conceder à nossa Pátria Galega.
Os nacionalistas galegos em Havana, fazemos constar por este meio a todos os nossos comunicantes que, polo de agora, ignoramos como pensam hoje em dia os galegos residentes na Galiza. O que sim sabemos é que os habitantes da nossa afastada Pátria nom imitárom o exemplo da Catalunha, nem nas atuais circunstáncias nem em épocas anteriores.
Por outra parte, aos que nos parabenizam "por ter visto já realizado em parte o ideal que desde há tantos anos vimos defendendo", devemos advertir-lhes: primeiro, que o ideal que sustentamos e defendemos os verdadeiros nacionalistas galegos nom cristalizou ainda. Segundo, que nom é de esperar que nengum governo espanhol ponha em prática nada do que todos os galegos de coraçom almejamos. Terceiro, que os nacionalistas galegos no desterro temos de continuar a luitar tenazmente até obtermos a plena liberdade da nossa amada e escarnecida Galiza.
(Compilada no livro de Fuco Gomes Naciones Ibéricas, facilitou-no-la Xurxo Martínez. Está datada no 18 de abril de 1931. Reproduzida aqui em galego, pois o original está em espanhol).
Referências:
MARTÍNEZ GONZÁLEZ, Xurxo. Fuco Gómez. AGER, 2007.