Conforme a sub-procuradora geral da República, Gilda Pereira de Carvalho, o grupo formado por procuradores e antropólogos esteve em Iguatemi, na aldeia Pyelito Kue, e em Paranhos, na aldeia Arroyo Corá e na comunidade do Rio Y'Poi.
Nas visitações, Gilda Pereira disse que todos são recebidos sempre com muita emoção, com dança e canções indígenas, porém, "se vê muito sofrimento e tem gente mais velha com marcas no corpo, inclusive de balas. Os índios de Pyelito Kue querem acesso à estrada porque só conseguem atravessar o rio quando amarram uma corda à outra margem, como suporte de segurança", contou a sub-procuradora.
Com relação às interferências sofridas pelos indígenas em suas tradições, Gilda acredita que a espiritualidade e o modo como eles mostram suas características é muito forte. "O indígena pode até assimilar o modo como vivemos, mas isso é com um ou outro, não um povo inteiro, uma nação. O que a Constituição Federal quer, e não só ela, mas tratados internacionais, é propiciar ao índio a vivência de sua cultura. E se um ou outro índio quiser ser diferente ou assimilar outras culturas, é também o seu direito", exemplificou a representante do MPF.
A 6ª CCR atua em favor dos direitos indígenas, das minorias e da população das comunidades tradicionais, permanecendo em MS até o dia 29 de novembro, para então apresentar relatório e recomendações necessárias sobre o tema.