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060614 USPBrasil - Causa Operária - A imprensa capitalista deu início a uma intensa campanha em favor da cobrança de mensalidades na Universidade de São Paulo. A crise financeira da instituição, anunciada pelo novo reitor, Marco Antonio Zago, foi o gancho para fazer deslanchar a velha campanha pela privatização da USP.


Em artigo recente, o colunista da Folha de S. Paulo Helio Schwartsman, usou a máxima do neoliberal Milton Friedman para justificar a cobrança: não há almoço grátis. Repetiu, assim, o velho refrão de que o Estado não tem condições de financiar a educação superior e que a população de São Paulo não deve pagar para que apenas uns poucos privilegiados estudem e melhorem de vida. Tal argumento revela toda a baixeza dos capitalistas nacionais: a função da universidade não é a de fornecer uma carrerira para ninguém, mas estiumular o desenvolvimento da ciência e da cultura nacionais, o que somente pode ser feito por meio de financiamento estatal.

Ele tem razão; nenhum almoço é grátis. Mas se esquece de falar que o dinheiro não deixará de ser retirado da população por meio dos impostos. Então se o Estado parar de financiar a USP e demais universidades públicas, o dinheiro será investido em quê?

Como temos visto, investir dinheiro nos serviços dirigidos à população não é o forte do PSDB. Nos últimos 20 anos, os sucessivos governantes tucanos destruíram a educação básica pública, reduziram à miséria os professores, liquidaram o sistema de abastecimento de água, e provocaram um verdadeiro caos no metrô, que teve crescimento irrisório.

Ou seja, o governo não vai deixar de arrecadar impostos, mas quer direciona-los para outro lugar, não declarado. Não sabemos para onde, mas certamente não será para benefício da população.

A resposta é bem evidente. Quando os neoliberais condenam a utilização do dinheiro estatal para financiar serviços públicos e gratuitos para a população, estão defendendo de fato que o dinheiro se desloque daí para a o bolso dos grandes capitalistas e banqueiros.

O Estado não pode fornecer educação pública e gratuita, mas pode subsidiar grandes empresas, como as de transporte. O dinheiro público não pode ser usado para oferecer saúde de qualidade a toda a população, mas pode (e segundo deles, deve) ser despejado no bolso dos capitalistas para que eles lucrem com a necessidade da população. Na prática significa que o Estado vai gastar mais dinheiro para a população receber menos e os capitalistas receberem mais.

A ideia de que não é possível ter uma universidade sustentada pelo Estado, sobre a qual procuram se apoiar para convencer a todos da necessidade do desmantelamento do sistema de ensino, também é falsa de cabo a rabo. Basta dizer que os países que passaram por revoluções sociais, como é o caso de Cuba ou da antiga União Soviética, em pouco tempo puderam fornecer educação superior gratuita para toda a população. E tais países eram muito menos industrializados, e a grande maioria mais pobre, do que é o Brasil hoje.

Na realidade, a proposta do PSDB e seus porta-vozes é acabar com o ensino público no Estado. Já destruíram o ensino básico e agora querem partir para o superior.

A medida não vai fazer “justiça”, como propõe o colunista; apenas restringirá ainda mais o acesso à educação superior, expulsando de vez os trabalhadores da universidade e deixando apenas uma pequena elite que tem meios de pagar.

O dinheiro público deve ser investido nos serviços públicos: saúde, educação, moradia, infra-estrutura, transporte etc.

Se o problema é que a população paga por algo que não pode usufruir, a resposta é simples: aumentar o investimento de forma a permitir que todos tenham direito a cursar o ensino superior. Acabar com o filtro do vestibular e instituir o livre ingresso na universidade, para que toda a população, toda a classe trabalhadora, possa ingressar na USP e demais universidades públicas do país.


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