Desde a "independência" até a grande depressão fomos majoritariamente dependentes financeira e tecnologicamente da Inglaterra. Nossa industrialização foi adiada no século XIX e as elites brasileiras resgataram as mesmas práticas criadoras de injustiça de latifúndio e trabalho escravo. Novamente foi negada aos negros a educação.
Após a República, a dominação passou a ser norte-americana, situação que se estende aos dias de hoje. Se a transnacionalização das firmas industriais para o Brasil trouxe impulso ao processo de urbanização, a educação foi dimensão esquecida para além das demandas de curto-prazo para mercado de trabalho. Entre os anos 1950 e 1980, montou-se parque integrado industrial no País. Para isso, implantou-se sistema universitário que passou a formar mão-de-obra para sustentar a posição outorgada pelos EUA ao Brasil de entreposto industrial na América do Sul. No entanto, a universalização de serviços de boa qualidade em saúde, educação e saneamento básico foi procrastinada pela falta de aderência aos objetivos do dominador e de seus aliados locais.
Entre 1990 e 2002 caracteriza-se o período da "globalização", no qual o Brasil rendeu-se aos preceitos neoliberais das finanças internacionais. Neste ampliou-se a educação privada de ensino superior no País, sem que fosse tratado o problema da qualidade nos ensinos fundamental e médio.
Durante o período Lula (2003-2010), o Brasil experimentou avanços substanciais na educação pública de nível superior, ampliando-se a esfera e o alcance da pesquisa e desenvolvimento pelas unidades da federação. A crise de 2008, porém, parece criar oportunidades para o restabelecimento de padrão brasileiro de crescimento, fundamentado na inserção social (mercado consumidor interno), autonomia tecnológica e crédito público de longo prazo.
Conclusivamente, pela primeira vez em 40 anos dispõe-se de oportunidade para saldar passivo histórico através de revolução na educação científica e empreendedora desde a infância para todos os brasileiros.