Não sabemos as reais motivações do veículo, mas quem acompanha sua linha editorial pode imaginar. Que cada um tome a sua posição na disputa política, sem problemas. Mas quando a MENTIRA e a DIFAMAÇÃO passam a ocupar diariamente as páginas do jornal, convém responder. É o que fazemos aqui:
1_ MANIFESTAÇÕES PELO DIREITO DE IR E VIR
O jornal tem tentado jogar a população contra as manifestações, como se estas cerceassem o direito de ir e vir. Manipulação primária! Primeiro, que o direito de ir e vir não significa "direito de ir e vir de carro". Quem quer passa a pé ou de bicicleta pelas manifestações. Em segundo lugar, as manifestações do Tarifa Zero BH reivindicam justamente o direito de ir e vir, ao reivindicarem a redução da tarifa e uma outra política de mobilidade urbana.
Os maiores engarrafamentos de BH não são nos dias de manifestações, mas nos dias comuns, basta constatar no cotidiano. A tarifa alta e a péssima qualidade do transporte impedem muita gente de se deslocar na cidade, TODOS OS DIAS.
Como o jornal está interessado em promover o direito de ir e vir, que tal passar a denunciar as irregularidades no relatório da Ernst & Young, que embasou o aumento da tarifa? Que tal acompanhar as postagens e os estudos de nossa página? Uma capa mostrando que a TARIFA EM BH É DAS MAIS CARAS DO MUNDO ajudaria bastante na luta pelo direito de ir e vir dos cidadãos.
2_ MANIFESTAR NÃO É CRIME
Ao contrário do que o jornal tem propagado, manifestar é um direito previsto na constituição. Manifestações que não incomodam podem parecer muito bonitinhas, mas não levam a lugar nenhum. Seria interessante que o jornal explicasse a seus leitores como se dão as mudanças de interesse coletivo contra grandes poderes econômicos, como é o caso do transporte, se não pela mobilização popular que enfrenta e incomoda.
3_ UM POUCO MAIS DE 100 PESSOAS
Segundo a matéria do dia 25 de maio, as manifestações do Tarifa Zero BH tem pouca adesão e nunca passam de 100 pessoas. O jornal joga com a desinformação e se contradiz. Em matéria de 07 de abril, o próprio Estado de Minas reportava um protesto do Tarifa Zero BH com 500 pessoas (http://naofo.de/a01). Alzheimer ou má fé?
4_ TARIFA ZERO BH NÃO TEM LÍDER NEM PARTIDO
Ao contrário do que o jornal tenta vender, este movimento não tem líder. Talvez seja difícil para um veículo acostumado a andar de mãos dadas com o governo da vez (inclusive nos anos de chumbo), compreender como se dá um movimento horizontal. Então vamos tentar explicar:
As reuniões são abertas, horizontais, cada dia um compõe a mesa e ninguém lidera. Todas as funções são revezadas e medidas concretas para construir a horizontalidade são sempre debatidas e executadas.
O grupo é frequentado por estudantes, jornalistas, advogados, professores, ciclistas, busólogos, geógrafos e cidadãos de toda ordem. Há pessoas de partidos políticos, o que é um direito e não motivo de vergonha. Mas nenhum partido nem político manda aqui. E aí, no Estado de Minas, quem é que tá mandando?
Quem quiser conhecer como o grupo opera, pode vir às reuniões que acontecem toda terça-feira, as 19h, em local divulgado na nossa página. Qualquer um pode chegar, não tem catraca não, pode vir até o Daniel Camargos, que assinou a última matéria.
5_ MUITO MAIS DO QUE ESTÁ NA IMPRENSA
Por fim, convém dizer que o Tarifa Zero BH, em um ano, fez muito mais pelo interesse coletivo do que muito veículo de imprensa que tá aí há anos:
- Preparamos projeto de leis e emendas orçamentárias,
- Atuamos nos comitês regionais de transporte e trânsito e no conselho municipal de mobilidade urbana, além da conferência municipal de políticas urbanas, disputando e denunciando os problemas.
- Nos articulamos com outros movimentos sociais e atuamos junto a órgãos como o Ministério Público, buscando descobrir e esclarecer as maracutaias do sistema de transportes em BH.
- Organizamos aulas públicas, debates, conversas, publicamos artigos, dialogamos com os mais diversos setores da sociedade sobre o transporte público.
- Agimos diretamente na cidade oferecendo ônibus gratuitos para os cidadãos, mudando na prática a experiência do transporte público na cidade.
- Participamos e ajudamos a organizar diversas manifestações e ações culturais na cidade.
Estamos do lado do interesse coletivo e da melhoria da cidade para todas e todos. O Estado de Minas, ao privilegiar a MENTIRA e criminalizar o direito de se manifestar, fortalece o IMOBILISMO e a manutenção dos grupos que estão no poder há tanto tempo, o que parece lhe gerar bons dividendos."