Os dois mantinham uma página na internet que disseminava o preconceito contra mulheres, negros, homossexuais e onde pediam inclusive a legalização pedofilia.
Esse caso deu ensejo a que a imprensa capitalista levantasse novamente a questão da censura na internet, o que é inclusive um contrassenso, já que foi justamente a divulgação dos conteúdos que permitiu saber de um possível ataque, o que revela que o crime é apenas um pretexto.
Outra notícia que deixa isso claro é a que diz respeito aos hackers ativistas, como os do grupo Anonymous, que seriam responsáveis pela maior parte dos roubos de informações de empresas.
Há claramente todo um movimento da burguesia, bastante claro na propaganda feita pela imprensa burguesa, no sentido de censurar a internet, procurando controlar cuidadosamente todo o conteúdo que é publicado na rede e de aumentar a punição para os chamados "crimes cibernéticos".
A internet se revelou uma ferramenta importantíssima para a população do mundo todo se organizar, divulgar informações e expressar seu descontentamento para com seus regimes e as medidas repressivas e de ataque às condições de vida da população que vêm sendo tomadas em todos os países.
Sua expansão e facilidade de acesso, sua capacidade quase ilimitada de armazenamento de conteúdos e sua divulgação rápida e sem custos para qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, a internet permitiram em alguma medida romper o monopólio da informação detido pelos capitalistas. É essa a razão da censura que por meio de projetos de lei como o SOPA e PIPA nos Estados Unidos, o ACTA na Europa e a Lei Azeredo no Brasil, apelidada de AI-5 Digital, visam controlar os conteúdos e punir os que desagradarem.
A pedofilia foi um dos pretextos usados pela burguesia para abrir caminho para a censura de um modo geral na rede. Mas não foi suficiente. Agora a proteção aos direitos autorais é o grande motivo para leis que censuram conteúdos na internet, impedindo também a difusão do conhecimento. Os "crimes cibernéticos" são o alvo do momento. Mas não podemos nos enganar. Concordando ou não com o pretexto, achando que eles devem ser combatidos ou não, essas leis não têm como função a proteção de ninguém, mas apenas e tão somente a censura e restrição a esse extraordinário meio de comunicação, usado pela população em todo o mundo como arma contra o monopólio da informação pela burguesia e o imperialismo.