Não é ainda possível avaliar as consequências da onda de violência irracional que atingiu aquele país nos últimos dias. Até o número de mortos é ainda incerto, oficialmente 80.
O acordo firmado na madrugada do dia 21 pelo presidente da República, líderes de grupos da oposição e representantes de países da União Europeia não permite concluir que as decisões deles constantes sejam aplicadas.
A situação em Kiev e na maioria das províncias é caótica, caracterizada por um vazio de poder.
Mas desde já se pode afirmar que cabem aos dirigentes da França, da Alemanha e da Polónia e ao presidente Yanukovitch grandes responsabilidades pela evolução de uma crise na qual os grupos armados de uma extrema-direita de matizes fascistas desempenharam um papel fulcral.
Os países centrais da União Europeia e os EUA incentivaram, armaram e financiaram as organizações extremistas. Ianukovitch demonstrou desde o início da crise incapacidade para a controlar, acabando por perder a confiança do exército, da polícia e dos deputados do seu próprio partido, mudando de posição a cada dia.
A Mensagem que dirigiu ao país, após o acordo, é um espelho do seu carácter. Nela mistura deus com a política e o patriotismo num esforço inútil para esconder a sua capitulação perante as exigências da oposição.
Fazer previsões sobre o rumo da Ucrânia nas próximas semanas seria entrar no campo da especulação.
Mas os desmandos e violências em curso dos grupos fascistas são inquietantes.
Nas cidades que controlam destruíram estátuas de Lenine, ilegalizaram o Partido das Regiões (que apoiava o Presidente) e o Partido Comunista da Ucrânia e em alguns casos fecharam as suas sedes.
É transparente que o fascismo ucraniano exibe o seu rosto hediondo.
OS EDITORES DE ODIARIO.INFO.