Traumatismo craniano, paragem respiratória e hipotermia som as causas que levárom à morte um galego hoje em Madrid. Com 43 anos, Francisco Javier Romero Taboada viajou para assistir o jogo entre a equipa de que era adepto, o Desportivo da Corunha, e o Atlético de Madrid, conhecido por contar entre a sua torcida com um grupo criminal de extrema-direita, "Frente Atlético", que já assassinou outras pessoas anteriormente.
Apesar do historial assassino e da propaganda abertamente nazi que esse grupo realiza todos os fins de semana nos estádios, nomeadamente no do seu clube, o grupo "Frente Atlético" continua a manter entidade reconhecida, aberta e pública, num Estado, o espanhol, em que diversos partidos de esquerda e independentistas já tenhem sido ilegalizados e até meios de comunicaçom, também de esquerda e independentistas, fôrom clausurados por motivos políticos.
Desta vez, o novo assassinato protagonizado polo grupo fascistas "Frente Atlético" tivo como alvo um torcedor do Desportivo, tal como no passado aconteceu com um da Real Sociedade. Adeptos galegos, bascos e cataláns som os "preferidos" dos ataques nazis espanhóis, ao serem riscados de "separatistas" e "comunistas".
Nazis armados e impunes
Diversos testemunhos coincidem em assinalar que os grupos de fascistas estavam armados e agredírom de maneira brutal as pessoas identificadas com o Desportivo da Corunha, que se encontravam acompanhadas de madrilenos e madrilenas ligadas ao Rayo Vallecano, cuja torcida é conhecida, como a do Desportivo, polo seu caráter de esquerda e antifascista.
Um número indeterminado de pessoas terá sido detido, principalmente galegos e galegas, mas nom os assassinos de Francisco Javier Romero Taboada, que foi brutalmente espancado, mortalmente ferido e lançado ao rio Manzanares. Outras pessoas ficárom feridas como resultado das agressons reproduzidas em diferentes pontos de Madrid, incluindo facadas e ferimentos abertos na cabeça.
Meios burgueses igualam fascistas e antifascistas
Como é habitual, os meios de comunicaçom de referência da burguesia, como os espanhóis El País ou El Mundo, e o galego La Voz de Galicia, limitam-se a igualar as torcidas "violentas" de ambos os clubes, esquecendo o caráter abertamente nazi do grupo "Frente Atlético" e a orientaçom antifascista da torcida galega. Também esquecem os antecedentes assassinos do grupo madrileno, evitando qualquer reclamaçom sobre a impunidade com que durante anos a fio leva atuado.
Por outra parte, dá nas vistas o desprezo pola vida das pessoas por parte das instituiçons que rodeiam o mundo do futebol-espetáculo profissional espanhol, incapazes até de suspender o jogo, como hoje pudemos ver. A Liga Profissional Espanhola e a Federaçom Espanhola de Futebol alijárom culpas na hora de explicar o inexplicável: o desenvolvimento "com normalidade" do jogo entre Desportivo e Atlético de Madrid, como se nom tivesse acontecido nada a poucos metros do Estádio. O mesmo cabe dizer da atitude dos dous clubes afetados.
Entretanto, líderes políticos da extrema-direita espanhola, incluído o líder do grupo Democracia Nacional na Galiza, celebram nas redes sociais a morte do cidadao galego em Madrid. Nom consta qualquer atuaçom policial contra essas mostras de apologia do terrorismo fascista na rede.
Cobertura dos clubes ao fascismo: Um dos problemas de fundo
Como cada vez que se dá umha morte no ámbito de atuaçom de claques fascistas, surge novamente umha questom de fundo sempre pendente de abordagem: as máfias empresariais dirigentes dos clubes de futebol dam plena cobertura aos grupos nazis, mediante todo o tipo de vantagens e ajudas para o seu desenvolvimento. Subsídios para viagens, financiamento direto ou indireto, espaços reservados garantidos nos estádios, utilizaçom como forças de pressom em brigas internas...
Previsivelmente, a velha polémica voltará a ocupar espaços na imprensa burguesa durante uns dias... os mesmos que demorará a ser esquecido pola voragem informativa este novo episódio de violência fascista.
Reproduzimos a seguir a transcriçom das declaraçons de um dos torcedores galegos vítimas das agressons hoje em Madrid:
Fonte da transcriçom: @ResistenciaGZ