Foto1: Antia Balseiro hoje, depois de passar pola esquadra policial espanhola e apresentar declaraçom perante um juiz em Compostela.
Foto 2: Concentraçom solidária ontem em frente à esquadra policial na capital galega.
Antia Balseiro é estudante da USC e militante da organizaçom estudantil da esquerda independentista AGIR. Foi detida junto a outras jovens militantes da entidade juvenil Xeira e da estudantil CEL.
A acusaçom policial, sustentada numha campanha política e mediática, responde ao manual repressivo habitualmente aplicado polas forças repressivas espanholas: "atentado contra a autoridade, desordens públicas, lesons e danos". Porém, as provas gráficas da jornada indicam que foi a polícia espanhola que provocou importantes ferimentos em vários trabalhadores, recorrendo a umha duríssima repressom contra as e os manifestantes.
Na entrevista, a jovem independentista fala-nos da sua detençom e da sua interpretaçom quanto às razons verdadeiras por trás da mesma.
Diário Liberdade - Como foste detida e como decorrêrom estas 24 horas até a tua comparência perante um juiz e posterior libertaçom?
Antia Balseiro - A minha detençom produziu-se arredor das 15:45, na segunda-feira dia 7, quando agentes da polícia espanhola me identificárom e a seguir informárom-me de que estava detida, levando-me imediatamente para a esquadra de Compostela.
Lá a polícia tratou-me mais ou menos bem, com algumhas resalvas, pois quando informei de que necessitava os medicamentos para umha doença crónica, ao começo negárom-mos, com frases como "no creo que te mueras". Aí eu expliquei que a doença era grave e que necessitava os medicamentos, mas a resposta de um dos polícias foi "pues que te den". Finalmente sim pudem aceder aos medicamentos.
Após ficar toda a noite sob detençom na esquadra, hoje às 15:15 fum levada até os julgados para ser posta a disposiçom judicial e declarar.
DL - Quais som as acusaçons feitas contra ti e contra @s outras jovens detid@s?
Antia - Pois no meu caso as acusaçons som desordens públicas, desobediência à autoridade e atentado. Nom estou certa de se no caso d@s outras companheir@s as acusaçons som exactamente as mesmas ou há algumha diferença.
DL - As supostas provas da polícia seriam filmagens dos confrontos na manifestaçom do cerco em Compostela, no passado mês de março. Pudestes aceder a elas?
Antia - Embora nom tenhamos tido acesso a todas as filmagens, algum dos vídeos que a polícia apresenta como prova da nossa suposta participaçom na manifestaçom do cerco está gravado de longe e as imagens som muito pouco claras. Nelas, em geral, nom se pode identificar as pessoas que aparecem, mas muito menos a mim, porque de facto nom estivem lá nesse dia nem participei nessa manifestaçom.
DL - Acusam-vos de, supostamente, terdes participado nos protestos do setor do cerco mas, quais consideras tu que fôrom as razons reais destas 6 detençons?
Antia - Acho que a razom real destas detençons é a de criminalizar a juventude, especialmente a juventude galega organizada, comprometida e combativa. Fai parte da ofensiva do Estado espanhol...
O objetivo é claro: Estas detençons nom se dirigírom contra os marinheiros que participárom nas manifestaçons do cerco de maneira combativa e totalmente legitima, mas contra jovens militantes de organizaçons estudantis e juvenis, ou seja, pessoas politizadas. Fôrom detençons arbitrárias e com umha intencionalidade política clara, que tencionam reprimir, criminalizar e arredar a juventude galega da luita e da rebeldia que cada dia, em cada novo conflito, cresce de maneira visível.
Existe portanto umha clara preocupaçom com o nível de organizaçom e compromisso de cada vez mais setores do nosso povo, nomeadamente da juventude, no confronto político contra o regime capitalista, espanhol e patriarcal que padecemos.
DL - Queres difundir algumha mensagem a quem lê esta entrevista?
Antia - Em primeiro lugar, quero agradecer a solidariedade nestas jornadas repressivas, tanto às pessoas que se mobilizárom, como aos meios de comunicaçom alternativos que, como o vosso, rompêrom a campanha mediática criminalizadora.. É fundamental que o apoio mútuo funcione e a denúncia da violência estrutural do sistema se estenda.
Em segundo lugar, tenho certeza que a estratégia do medo que o regime quer impor vai fracassar e cada vez seremos mais as galegas e galegos, especialmente jovens, que sairemos às ruas para defender os nossos direitos laborais, educativos, sociais e nacionais. Por isso continuaremos a trabalhar tanto AGIR como o resto da esquerda independentista e patriótica galega.