Foto: Detençom do secretário-comarcal da CIG, ferido na cabeça numha agressom protagonizada pola polícia espanhola
Apesar de que a própria central atribui os factos a outros tempos, "próprios do franquismo", o certo é que cada vez se comprova mais claramente o habitual da prática de torturas por parte da polícia espanhola, que som denunciadas por organismos nom governamentais todos os anos.
Nesta ocasiom, o facto de ser um dirigente sindical quem recebe diretamente a violência física e psicológica dos fardados de azul parece dar maior transcendência às práticas repressivas espanholas em território galego (e nom só).
O sindicalista agredido participava numha concentraçom contra a política laboral do PP coincidindo com o início da campanha eleitoral. Foi assaltado e espancado por polícias espanhóis, que lhe abrírom a cabeça e o conduzírom para a esquadra de Ferrol, onde passou toda a noite antes de depor ao meio-dia de hoje nos julgados da cidade.
Durante a noite, Lopes Pintos estivo algemado e foi repetidamente espancado por um dos polícias, que cobria a sua mao com umha luva de coiro, batia nele e insultava-o. Quando Pintos se dirigia aos outros polícias, testemunhas das agressons, todos respondiam que nom estavam a ver nada.
O sindicalista agredido denunciou os factos perante o juiz, mas a experiência indica que muito dificilmente haverá qualquer puniçom efetiva para os responsáveis das torturas, que no Estado espanhol costumam ficar impunes inclusive nos poucos casos em que chega a haver condenas, graças ao mecanismo do indulto aplicado aos torturadores de maneira sistemática por todos os governos ao longo das últimas décadas.
Vista a impunidade e violência com que a força repressiva espanhola se desenvolve em plena campanha eleitoral, a crescente indignaçom popular levará sem dúvida a novos episódios de violência institucional que continuarám a ser denunciados pontualmente nestas páginas.
Apoios sindicais e políticos, ameaças do PP
No ámbito sindical, CIG, CCOO, UGT e USTG apoiárom os trabalhadores feridos e o sindicalista detido, acusando a polícia de provocar o acontecido durante umha concentraçom pacífica às portas do Hotel Almirante, onde se encontrava um grupo de dirigentes do PP.
Entretanto, no ámbito político, NÓS-Unidade Popular e o BNG fôrom as duas forças políticas que, no momento de redigirmos esta atualizaçom informativa, manifestárom o seu apoio aos agredidos e reclamárom o apuramento de responsabilidades políticas. A primeira dessas forças salientou a participaçom ativa da Polícia local ferrolana em labores repressivos que nom lhe correspondem, enquanto a segunda levará o assunto ao Congresso espanhol.
Por parte do PP, o presidente da cámara da Corunha ameaçou com açons legais contra as forças sindicais por suposto "delito eleitoral".
9:00h / 5.10.12 / Trabalhadores/as rebentam circo eleitoral do PP em Ferrol, polícia responde com violência
A inauguraçom da campanha eleitoral do Partido Popular nom foi possível em Ferrol, onde a plana maior da formaçom direitista tivo que fechar-se num hotel central custodiado por um grupo de polícias de choque espanhóis.
Nem sequer a violência policial contra os trabalhadores e trabalhadoras concentradas permitiu realizar a intençom do PP, que pretendia inaugurar a campanha eleitoral no Cantom de Molins da cidade de Ferrol, à meia-noite e com as cámaras da TVG, com o olhar posto em manter a sua maioria absoluta após o 21 de outubro.
A inauguraçom da campanha tivo que ser suspensa, devido a que centenas de trabalhadores e trabalhadoras do setor naval trasanquês e de umha empresa de Narom em conflito laboral impedírom o espetáculo previsto. Sabendo que finalmente os dirigentes e militantes do PP estavam no interior do Hotel Almirante, umha concentraçom de operários e operárias coreou palavras de ordem contra a traiçom do PP ao setor naval, nomeadamente depois de se saber que Núñez Fijó "vendeu" mediaticamente um inexistente contrato de construçom de barcos para o México.
A iniciativa deu continuidade a outras ao longo da jornada, como a prolongada ocupaçom da Cámara Municipal por um grupo de sindicalistas, a queima simbólica dos Orçamentos do Estado espanhol para denunciar a falta de apoio ao setor e a manifestaçom de centenas de pessoas polo centro de Ferrol às 20:30 horas.
No protesto diante do Hotel Almirante participou também o pessoal de Poligal, empresa de plásticos que vive um conflito nestes dias no concelho de Narom pola ameaça de ERE contra 30 empregados de umha empresa de 160, reduçons de jornada e congelamento de salários.
O lançamento de petardos e as palavras de ordem fôrom interrompidas por umha forte carga policial, que deixou cinco pessoas feridas e acabou com a detençom de um dos dous secretários-comarcais da CIG em Trasancos, Xesus A. Lopes Pintos, que foi ferido na cabeça numha agressom da polícia.
Com altas doses de cinismo, um dos dirigentes do PP presentes no frustrado ato eleitoral, Miguel Telhado (número 4 na lista da Corunha), atribuiu a concentraçom "a que lhes pugemos os liberados a trabalhar", em referência à CIG, enquanto a polícia espancava os trabalhadores e trabalhadoras e detinha um dirigente sindical ferido e a sangrar abundamente na cabeça.
O dirigentes reacionários só pudérom abandonar o hotel rodeados por polícia espanhóis. A concentraçom operária foi entom para a esquadra policial, onde se reclamou a liberdade do companheiro agredido e detido.