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080612 agressom policialGaliza - Diário Liberdade - Ferrol vive nos últimos meses um fenómeno novo, que está a converter o corpo policial municipal, historicamente caraterizado pola sua atitude de serviço à vizinhança, em mais umha força repressiva que protagoniza agressons injustificáveis e, por enquanto, impunes.


Todo o material gráfico deste artigo é da autoria do Diário Liberdade, de livre reproduçom de preferência citando fonte.

O caso de Alexandre Carrodéguas saltou aos meios de comunicaçom depois de que, nesta mesma semana, denunciou nos tribunais de Ferrol a agressom de que foi objeto por parte de dous elementos da Polícia Municipal no interior das instalaçons da principal Biblioteca pública da cidade.

O Diário Liberdade quijo conhecer em primeira mao este novo episódio repressivo protagonizado por umha força policial que nos últimos meses já foi denunciada por outras vizinhas e vizinhos de Ferrol, por idênticos motivos.

Conversamos com Alexandre Carrodéguas nas redondezas da própria Biblioteca Municipal onde foi vítima de umha agressom física e verbal por parte de dous polícias municipais que nem sequer se identificárom. 

Segundo a vítima nos relata, "todo começou quando eu fazia umha consulta bibliográfica num dos computadores da sala de leitura e umha segurança privada se aproximou para me reclamar que deixasse de navegar na internet". As explicaçons do usuário, indicando que estava a procurar umha obra no catálogo de publicaçons da Biblioteca, nom serviu para que a segurança mudasse a sua atitude, exigindo com maus modos que o vizinho abandonasse o lugar.

A negativa de Alexandre a ir embora, e sem que em nengum momento nengum funcionário ou funcionária pública figesse qualquer reclamaçom, originou umha imediata chamada à Polícia Municipal por parte da guarda privada: "Em poucos minutos -conta-nos Alexandre-, dous elementos da Polícia local acedêrom ao local, dirigindo-se a mim com umha agressividade inusitada".

"Eu identifiquei-me imediatamente, o que eles nom figérom, e em seguida vim que me encontrava seriamente ameaçado. Sentim verdadeiro medo e dixem-lhes repetidamente que, por favor, nom me agredissem". Os apelos à calma por parte de Alexandre servírom de pouco. Entre ameaças e com atitude "de porteiro de discoteca" (sic), os dous guardas municipais agarrárom o vizinho e um deles deu-lhe umha forte bofetada no rosto, levando-o aos empurrons até a porta da saída, onde foi expulso à rua.

080612 alexandre2Alexandre explica-nos que ficou aturdido, nervoso e desorientado. Contodo, pediu umha caneta a umha mulher que passava por ali e copiou os dados do veículo em que os dous polícias chegárom ao lugar. Daí, foi imediatamente para um centro de saúde, onde lhe foi feito um informe certificando a agressom sofrida e a ausência de lesons de importáncia.

Na manhá seguinte -a agressom aconteceu à tardinha-, Alexandre dirigiu-se aos tribunais ferrolanos para apresentar umha denúncia por agressom contra os agentes policiais, ainda sem ter qualquer referência da sua identidade para além do veículo, já que se recusárom à ser identificados.

Um assunto grave, com bastantes precedentes

O próprio Alexandre relata-nos que, desde o dia da agressom -6 de junho-, falou com diferentes pessoas e meios de comunicaçom para denunciar o que lhe sucedeu. Para a sua surpresa, recebeu diferentes testemunhos de agressons por parte da "nova" Polícia Municipal ferrolana, um corpo que até nom há muito se caraterizava polo seu baixo perfil repressivo e pola sua maior vocaçom de serviço à vizinhança.

"Um livreiro contou-me como membros da Polícia Municipal espancárom um grupo de imigrantes na praça Amada Garcia, para os obrigarem a abandonar o lugar. Também nos tribunais, um funcionário público comentou-me que poucos dias antes um mimo que fazia o seu trabalho artístico na rua Real foi também vítima de umha agressom, denunciando-a tal como eu figem nos tribunais da cidade."

Aos casos que nos comenta Alexandre, podem somar-se, entre outros, as agressons a trabalhadores e trabalhadoras durante mobilizaçons e greves nos últimos meses, incluída a utilizaçom de gás pimenta no interior do edifício da sede municipal. Também as multas contra membros da Fundaçom Artábria que participavam numha homenagem a Ricardo Carvalho Calero, no passado mês de março, assunto sobre o qual já informamos nestas mesmas páginas do Diário Liberdade.

Apesar de uns antecedentes que parecem indicar umha clara regressom em matéria de direitos e uns intoleráveis excessos por parte da Polícia Municipal, a oposiçom institucional ao PP tem permanecido na mais absoluta inaçom até estes momentos.

Naturalmente, tampouco o governante Partido Popular está a dar nengumha explicaçom sobre a visível mudança de atitude na força policial municipal. Unicamente NÓS-Unidade Popular emitiu já um comunicado denunciando este e umha relaçom de outros casos parecidos que venhem acontecendo na cidade de Ferrol nos últimos meses. Também as entidades culturais de Ferrol que promovêrom um manifesto contra a política cultural do PP em Ferrol apresentárom ontem publicamente umha queixa, durante a conferência de imprensa para apresentar o referido manifesto, contra as atuaçons recentes da Polícia local ferrolana, em casos como o de Alexandre Carrodéguas e a Fundaçom Artábria.

"Até os polícias municipais mais velhos estám assustados com as atitudes das novas fornadas de agentes", afirma Alexandre Carrodéguas, a mais recente vítima da brutalidade policial em Ferrol, quem nos comenta que, quando viu as imagens do deputado nazi grego a esbofetear umha deputada comunista na TV, pensou que as posiçons reacionárias e ultrarrepressivas avançam nom só na Grécia, mas também na Galiza, e levam o carimbo de alguns partidos do sistema.


Podes consultar o pdf do documento de denúncia e do parte facultativo da agressom a Alexandre Carrodéguas aqui.



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