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goiasBrasil - Diário Liberdade - No dia 06 de fevereiro os professores da rede estadual de ensino de Goiás entraram em greve. O motivo principal seria a luta contra o novo plano de carreira implementado pelo governo, que para poder afirmar que pagava o piso nacional da categoria, incorporou ao salário dos professores as gratificações recebidas de acordo com a titularidade – e, diga-se de passagem, na lei que instituiu o piso salarial fica bem claro que esta incorporação é indevida.


Mas embora esta seja a principal bandeira de luta do Sintego (Sindicato dos trabalhadores em educação em Goiás) e outros grupos de professores mobilizados, a questão da titularidade está envolvida em um planejamento de reestruturação do sistema de ensino que sobrepassa as fronteiras do estado de Goiás, chamado de Pacto pela Educação (maiores informações sobre o pacto em: http://passapalavra.info/?p=53905).

Mas, destacamos que o momento mais grave deste embate entre professores e estado está acontecendo agora, após o fim do movimento grevista que durou 51 dias.

Ainda mesmo durante a greve houve a tentativa do governo em reprimir o movimento. Foram diversas ameaças orais de exoneração e corte de ponto vindas da secretaria da educação (SEDUC) e do grupo gestor das escolas aos professores que aderiram ao movimento. Contudo, as ameaças se concretizaram: os professores tiveram o ponto cortado e ficaram sem receber seus salários nos meses de março e abril.

Sem recursos financeiros, o governo do estado passou a aplicar processos administrativos disciplinares aos professores que participaram do movimento grevista (principalmente aqueles que estavam em estágio probatório). Estes processos são uma clara retaliação política aos professores, e muitos que já tiveram que se apresentar à SEDUC disseram que sequer puderam argumentar, tendo que responder somente "sim" ou "não" às perguntas capciosas que lhes eram feitas.

Não contente com isso, a SEDUC passou a remover das escolas em que estavam lotados os professores que aderiram ao movimento, em uma clara tentativa de desarticulação, uma vez que a categoria tem uma nova assembleia marcada para o dia 20 de abril. A SEDUC argumenta que precisa realocar os professores devido à necessidade de mão de obra, mas as datas dos documentos que informam as remoções são anteriores ao final do movimento grevista (mesmo que só entregues agora), claramente em oposição à lei que afirma que durante a greve não podem ser feitas alterações nos contratos de trabalho.

Caso mais emblemático é o de um professor, Marcos Roberto, que participou ativamente do movimento, confeccionando charges sobre os acontecimentos políticos de Goiás, publicadas na internet e no jornal Tribuna do Planalto. Mesmo sofrendo ameaças, o professor continuou seu trabalho, mas, após conceder uma entrevista para a TV Anhanguera (componente da Organização Jaime Câmara e afiliada local da Rede Globo), o professor foi sumariamente demitido do jornal.

Não é de se estranhar as medidas drásticas tomadas pelo governo do estado para conter o movimento grevista e desarticular os mobilizados. O governador Marconi Perillo enfrenta fortes denúncias de ligação com uma rede de exploração ilegal de máquinas caça-níqueis, bingos de cartelas e jogos do bixo, desmascarada pela operação Monte Carlo da Polícia Federal e publicizadas, entre outros veículos, pela Revista Carta Capital. Numa tentativa de desvincular sua imagem deste grupo, o governador procurou afastar dos cargos que ocupavam no governo os envolvidos no escândalo de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, contrabando, corrupção. Além disso, tem sido denunciados o sumiço das bancas da revista (http://www.cartacapital.com.br/sociedade/ataque-a-liberdade-de-informacao/#.T37iMwFpAKI.facebook), bem como a tentativa de bloquear as denúncias feitas pelas redes sociais (http://correiodobrasil.com.br/perillo-contrata-hackers-para-bloquear-oposicao-nas-redes-sociais-denunciam-ativistas/425581/). Não é a primeira vez que este tipo de repressão acontece em Goiás envolvendo Marconi Perillo, que em 2006 conseguiu impedir a circulação de uma reportagem que o vinculava ao atentado contra um senador (http://www.jornalestadodegoias.com.br/pdf/edicao11/cad1/pag5.pdf), bem como o comando de uma ação policial pela busca de exemplares do livro "Dossiê K", nas dependências da Universidade Federal de Goiás em 2002.

Como foi exposto, a repressão enfrentada pelos professores grevistas do estado de Goiás é de extrema gravidade, e por isso nos dirigimos a vocês para que em solidariedade aos professores que estão em luta, divulguem amplamente mais um ato repressivo que infelizmente faz parte das lutas dos trabalhadores no Brasil e no Mundo.

Pela Solidariedade aos trabalhadores em luta!


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