Às 12h30, num ato convocado às portas do Parlamento autónomo galego, leu-se o manifesto da convocatória e também houvo um papel destacado para as amostras de apoio ao processo soberanista na Catalunha, chegando a falar pessoas daquele país para explicar o que esse processo está a significar.
Na manhá deste sábado, em que Madrid celebrava umha constituiçom que perpetuava a estruturas franquistas e o submetimento da classe trabalhadora e de várias naçons, entre as quais a Galiza, à oligarquia espanhola, mais de cem pessoas juntárom-se em Compostela sob a legenda "Galiza em pé pola independência". A iniciativa partiu de um grupo promotor de pessoas, com caráter suprapartidário, que lançou um manifesto na rede apoiado nos ultimos dias por mais de 350 pessoas.
A concentraçom decorreu desde as 12:30 às portas do Parlamento autónomo, um dos símbolos principais do 'Estado das Autonomias' estabelecido pola constituiçom do país vizinho para empecer as reivindicaçons nacionais que no final do franquismo cobravam força.
Durante o ato leu-se o manifesto da convocatória, e também houvo um papel destacado para as amostras de apoio ao processo soberanista na Catalunha, chegando a falarem pessoas daquele país para explicar o que esse processo está a significar.
Galeria fotográfica
BNG também convoca concentraçom em Compostela
No mesmo dia da Constituiçom espanhola, o BNG preferiu convocar separadamente a sua própria concentraçom reivindicando "soberania" para a Galiza e denunciando o esgotamento da Constituiçom de 1978, afogada polo "ultracentralismo". O porta-voz do BNG afirmou que nom há nada que celebrar num contexto de degradaçom como o que sofre o Estado espanhol, reivindicando as "competências" que o Estado evita ceder à Galiza.
Oito organizaçons galegas assinárom manifesto pola independência
Nas vésperas do 6 de dezembro, Dia da Constituiçom espanhola, oito organizaçons políticas, juvenis, feministas, estudantis e antirrepressivas assinárom um manifesto pola independência da Galiza. Reproduzimos a seguir o texto da iniciativa:
6D Galiza nom tem nada que celebrar
Pola independência nacional, contra a Constituiçom espanhola, contra a 'Segunda Transición'
Neste 6 de dezembro, o regime celebra na Galiza o 36º aniversário do referéndum de 1978 em que aprovara a sua Constituiçom. Justo é rememorar agora que naquela altura o povo galego virou maioritariamente as costas ao projeto, apoiando-o apenas 44% do recenseamento eleitoral. Em idêntica situaçom de ilegitimidade encontrou-se tempo após o atual Estatuto de Autonomía, que apesar de contar com a promoçom das principais forças e poderes políticos, empresariais e financeiros espanhóis, foi recebido em 1980 com umha fria abstençom geral e o voto afirmativo de tam só 20% das eleitoras e eleitores galegos.
No entanto, Constituiçom espanhola e Estatuto de Autonomía som desde entom, apesar desta congénita falta de legitimidade democrática, as pedras angulares da arquitetura institucional espanhola na Galiza.
Agora que se cumprem 36 anos da implementaçom deste quadro legal contamos com a experiência coletiva necessária para certificarmos que as prediçons que no seu dia figeram o nacionalismo e o independentismo galegos foram acertadas. O tempo verificou de modo incontestável que a operaçom político-económica baptizada como Transición Española foi umha fraude colossal contra este país e os princípios mais elementares da democracia. O seu único fim era perpetuar os traços básicos do regime chantado na Galiza com as armas e o Genocídio desde 1936, isto é, a subordinaçom político-económica ao Estado espanhol, a vulneraçom do direito de autodeterminaçom, a desmobilizaçom e desestruturaçom da sociedade galega e a preservaçom na Galiza dos privilégios da oligarquia espanhola e as suas instituiçons associadas -monarquia, Igreja Católica, Exército, etc.-.
36 anos após aquel referéndum fraudulento aprofundou-se e agravou-se ao limite a dependência do país e os sintomas negativos a ela associados: desemprego e emigraçom estruturais, empobrecimento crescente da populaçom apesar de sermos umha naçom rica em recursos, sobre-exploraçom da força de trabalho, espólio e degradaçom do território e dos recursos energéticos, biológicos e minerais, avelhentamento demográfico e éxodo da mocidade, involuiçom legal e social nas conquistas das mulheres, retrocesso permanente da presença social da língua e a cultura próprias, etc. Todo sob a manto protetor e promotor da direita neofranquista e clientelar, que fijo do extermínio do país a sua missom histórica. A experiência constatou que o genocida Francisco Franco dizia a verdade quando assegurou que o regime espanhol que o sucederia estaria atado y bien atado.
Sob este quadro constitucional, e no marco das luitas políticas e sociais dos últimos 36 anos, centenas de galegas e galegos fôrom, e som, retaliados, espancadas, multados, detidas, encarcerados e mesmo torturadas a maos das Fuerzas de Seguridad del Estado.
Hoje, com o Estado espanhol devorado pola corrupçom e submetido a umha tripla crise de modelo territorial, de modelo económico-produtivo e de legitimidade, os poderes fáticos aprestam-se para reeditar com novas modalidades a fraude perpetrada em 1978. Falam, de fato, de Segunda Transición Española. Como daquela, pretendem mudar algo para que todo continue na mesma, reproduzindo o espólio do povo e do território com as sequelas conhecidas. Contam nesta tarefa com a cumplicidade ativa, e imprescindível, da auto-denominada esquerda federal ou esquerda ruturista espanhola, que igual que figeram PSOE e PCE na altura se oferecerám para dar à operaçom a necessária pátina de legitimidade. Como daquela, também, o regime reserva a repressom e a persecuçom para quem denunciem e enfrontem estrategicamente esta fraude que se prepara.
Nesta conjuntura, com umha aceleraçom dramática dos processos de exploraçom social e perda de auto-reconhecimento e capacidade de decisom como naçom, com um povo sob estado de choque e umha confusom notável na direçom do nacionalismo hegemónico a respeito do caminho a seguir, as forças políticas e setoriais independentistas galegas abaixo assinadas queremos proclamar alto e claro três questons ao do presente:
1ª Hoje, quando se fragua a Segunda Transición Española, a única via possível para abordar com vocaçom de superaçom definitiva as problemáticas sócio-económicas, laborais, ambientais, identitárias, etc. que aqueixam o povo galego segue a ser separarmo-nos definitivamente de Espanha e conquistar a plena soberania política, isto é, a independência nacional e a constituiçom do nosso próprio Estado ao serviço da maioria social do país. Toda folha de rota que persiga o "encaixe" ou a "integraçom harmónica" da Galiza em Espanha situa-se, objetivamente, ao serviço da oligarquia.
2º Qualquer quadro jurídico-político constitucional espanhol é a garantia da perpetuaçom da situaçom atual. Neste sentido, queremos explicitar que a eventualidade da participaçom de forças nacionais galegas num futuro processo de reforma da Constituiçom espanhola ou do Estatuto de Autonomía suporia retornar sobre umha via morta, que nega o direito de autodeterminaçom, e trair o processo de liberaçom nacional. Espanha é a nossa ruína, efetivamente, sabemo-lo, à margem do regime político que postule para perpetuar a nossa dependência.
3º Os setores populares nacionalistas, independentistas e soberanistas e o conjunto deste povo enfrentaremo-nos em breve, quando o regime inicie a reestruturaçom programada, a um dilema estratégico entre impulsionar a meio e longo prazo um conflito político e um processo independentista de massa rumado à definitiva rutura com Espanha, ou a cumplicidade com a sua readpataçom cosmética. As e os independentistas tendemos as nossas maos a todos os setores populares dispostos a enfrentar a fraude em curso da Segunda Transición Española e por proa sem ambigüidades, sem duplos jogos e com honestidade face a conquista da plena capacidade de decisom e a independência como povo.
Denantes mortos e mortas que escravos!
Viva Galiza ceive, socialista e antipatriarcal!
Independência e socialismo!
Agir
Briga
Causa Galiza
Ceivar
Coletivo Nacionalista de Marim
Mulheres Nacionalistas Galegas
NÓS-Unidade Popular
Partido Comunista do Povo Galego