Segundo relatou o ativista ao diário Haaretz, horas antes de sua morte Jabari havia recebido o rascunho de um acordo permanente de trégua com Israel, que incluía mecanismos para manter o cessar fogo em caso de conflitos entre Israel e as facções palestinas na Faixa de Gaza.
Baskin ressaltou que altos commandos isralenses estavam a par de seus contatos com o Hamas e com a Inteligência egípcia com vistas a alcançar uma trégua permanente, mas pese a isso, aprovara o assassinado do líder das Brigadas Ezedin al-Qassam. “Acredito que cometeram um erro estratégico” que “custará as vidas de um bom número de pessoas inocentes em ambas as partes”, lamentou.
Baskin conhecia Jabari quando atuou como mediador entre o negociador israelense nas negociações para liberar Shalit, David Meidin, e o próprio chefe do braço armado do Hamas.
“Jabari era o homem todo-poderoso no comando, sempre recebia as mensagens através de uma terceira pessoa”, explicou, precisando que trocou mensagens com ele quase diariamente até que se fechou o acordo para a liberação do soldado israelense, sequestrado por um grupo próximo ao Hamas em junho de 2006.
Segundo o ativista, nos dois últimos anos chegou à conclusão de que os enfrentamentos entre Israel e Gaza não beneficiavam nenhuma das duas partes e em alguma ocasião mediou para evitar ataque do Hamas contra território israelense. De fato, precisou, quando finalmente o Hamas retomou os disparos de foguetes, fez-o “intencionalmente” contra zonas desabitadas.
Desde há um mês, Baskin estava trabalhando emu ma trégua e havia mostrado ao ministro de Defesa israelense, Ehud Barak, um rascunho do acordo. Tal acordo havia assentado as bases para uma trégua permanente entre Israel e Hamas.
Ante a falta de decisão das autoridades israelenses, Baskin optou por retomar os contatos nas últimas semanas com o Hamas e com o Egito, os últimos nesta mesma semana.
Ainda que tenha reconhecido que Jabari “não era um anjo e nem um homem de paz”, lamentou que “seu assassinato também matou a possibilidade de se alcançar uma trégua e também a capacidade dos mediadores egípcios de atuar”.
Com informações de TerceraInformación/La Radio del Sur
Tradução de Lucas Morais para o Diário Liberdade.