Foto de Madeira de Uz (CC by-nc-sa/2.0) - Manifestaçom reintegracionista no Dia das Letras Galegas.
A Associaçom Galega da Língua (AGAL) promove a campanha «Galego em liberdade» para combater a discriminaçom que sofrem as pessoas reintegracionistas. O detonante da campanha foi a denúncia pública do escritor Vítor Vaqueiro, desqualificado num certame literário por causa da sua escolha normativa, isto é, por considerar o galego algo inseparável do português.
Segundo o presidente da AGAL, Miguel R. Penas, «por desgraça, nom estamos diante de um único caso». Da veterana associaçom, com mais de trinta anos de trabalho, asseguram que se trata de «umha prática demasiado habitual» e reprovam que na Galiza do século XXI continue a haver certames que discrimine a participaçom de reintegracionistas só «por puros motivos ideológicos».
Porém, também se dá o caso contrário, assinala Penas, o de «vários prémios que se centram realmente na qualidade literária das propostas e nom na ortografia».
Até o momento, mais de um centenar de pessoas apoiam publicamente a campanha, que continua a receber adesons, assinaturas de galegas e galegos de todas as procedências e profissons, as quais se comprometem a «impedir este tipo de exclussons». Entre os primeiros assinantes destacam escritores como Teresa Moure, Séchu Sende e Carlos Quiroga; o dramaturgo Carlos Santiago; docentes das tês universidades galegas, como Carlos Valcárcel (UVigo), Cilha Lourenço e David Peón (UdC) ou Bernardo Valdês (USC); ainda, dirigentes políticos como Néstor Rego e Adrián Dios (BNG) ou Rubén Pérez (EU).
«Galego em liberdade»
A seguir reproduzimos o conteúdo do manifesto, que é possível assinar cobrindo um formulário na página web da campanha:
Recentemente, tivemos conhecimento de que Vítor Vaqueiro, reconhecido escritor galego, nom puido concorrer em igualdade de condiçons a um prémio literário, convocado na Galiza, por causa da sua escolha normativa.
Por desgraça, isto nom é um caso isolado e existem mais episódios e tentativas discriminatórias, umha prática demasiado habitual, ainda, na Galiza do século XXI. É inacreditável que indicando as bases dos concursos que os textos devem ser entregues “em língua galega” muitas e muitos dos participantes sejam afastados da possibilidade de obter o prémio, por motivos ideológicos.
As/os abaixo-assinantes consideramos que as diferentes opçons gráficas que as pessoas tenhem para representar o seu galego nom podem ser um pretexto para que elas sejam excluídas de qualquer acontecimento cultural, e muito menos um destas características. E comprometemo-nos a impedir que este tipo de exclusons voltem a acontecer na medida das nossas possibilidades e nos ámbitos em que temos voz.