Os três principais partidos da institucionalidade vigente na Galiza tivérom fortes perdas nas eleiçons municipais deste domingo dia 25 de maio. O PP passou de mais de 700 mil votos para 524 mil, o PSOE de 411 mil para 386 mil e o BNG de 261 mil para 189 mil.
Os dous primeiros, PP e PSOE, representam o núcleo duro do regime espanhol imperante na Galiza, enquanto o BNG se apresentou como única alternativa em chave "nacional e de esquerda". O PSOE mantivo o controlo da principal cámara municipal galega, a de Vigo (da qual desaparece o BNG), enquanto o Bloque reforça a sua maioria em Ponte Vedra, ficando um abaixo da absoluta, mas perde representantes na maioria de cámaras e desaparece também da de Ourense.
Por seu turno, o PP só fica com maiorias em duas das principais cidades (Lugo e Ourense), onde só poderá governar se tiver apoio doutras forças de direita. Até agora tinha os governos de Ferrol, Corunha e Compostela, que passarám para coligaçons encabeçadas polas denominadas "marés" ou movimentos "cidadanistas", coligaçons entre IU e correntes cindidas do BNG (principalmente Anova).
A evidente perda de influência do PP (40 maiorias absolutas menos) vai acompanhada da decadência do PSOE, que só se reforça em Vigo através do localista de direita Abel Caballero, perdendo o governo de Lugo. Porém, o mais salientável é o reforçamento do chamado "cidadanismo", expressom municipal -grosso modo- do que nas últimas eleiçons autonómicas representou AGE (IU+Anova).
A capital da Galiza será governada por umha dessas candidaturas (Compostela Aberta), seguramente coligada com o PSOE, e com Martiño Noriega (Anova) como presidente da Cámara. Na Corunha e Ferrol também poderá haver governos análogos, com a Maré Atlántica e Ferrol em Comum (cisom da Maré Ártabra, que fica fora do pleno), respetivamente, que dependerám em ambos casos de apoios de outros partidos. Noutras cidades, como Ponte Vedra e especialmente Ponferrada, as candidaturas "cidadás" poderám desempenhar um papel relevante na conformaçom de governo, embora tenham conseguido representaçons pequenas.
O ascenso do referido "cidadanismo" fortalece a esquerda reformista fruto da colaboraçom entre setores galeguistas e espanholistas, enquanto o BNG, apesar de confirmar a sua constante queda de apoios, confirma também a manutençom de umha significativa base de apoio e militante frente às tendências impostas polas modas mediáticas inspiradas em "Podemos". Além da importante maioria quase absoluta em Ponte Vedra, mantém o governo de Carvalho e conquista mais maiorias das que tinha, atingindo o número de treze.