Ao contrário que em muitos outros territórios, a participação na Catalunha subiu 8.4 pontos, mas situando-se num ainda escasso 47%. Contudo, e tendo em conta que uma parte do eleitorado pró-independência decidiu secundar a chamada à abstenção, as forças soberanistas acumulam 55.81% dos votos emitidos.
Isto significa que os partidos a favor de realizar o referendo de independência e votar "sim" nele, tiram 25% mais que as forças unionistas, ou a favor da continuidade no Estado Espanhol (mero 30%, e com alguma divisão interna).
Além de mais, uma nova força política aparecida nestas eleições, "Podem", tem declarado em campanha a aceitação da independência da Catalunha se o povo catalão assim o decidir. Desta forma, o seu 4.66% dos votos poderia ser somado ao grupo soberanista, superando o 60%.
As estimações são que, tendo sido mobilizado grande parte do sector unionista para esta ocasião, no referendo de Novembro o "sim" à independência ganhe com bastante diferença, entrando logo em jogo a coalição mais decidida a favor de tal opção (CUP).
Artur Mas, presidente do governo catalão, declarou que "tudo se move para a frente, não para trás", em referência à vontade popular de votar na consulta de independência nuns poucos meses.
No resto de territórios de cultura e fala catalã – que no conjunto formam os chamados Países Catalães – significou-se também um aumento das forças de esquerda e soberanistas. Nas Ilhas Baleares augura-se uma futura mudança de governo autonnómico, enquanto no País Valenciano a grande força da direita unionista, o Partido Popular, perde 23 pontos, a queda mais importante do Estado Espanhol. Fica à margem a Catalunha Norte, sob administração francesa, que mostra uma forte presença do nacionalismo populista de extrema-direita francês.
Com Vilaweb e Gara.