1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (6 Votos)

votar lixoGaliza - Diário Liberdade - Com 54,52%, a abstençom é a opçom absolutamente maioritária nas eleiçons europeias deste domingo, mas o PP mantém-se como primeira força, ainda com o seu pior resultado da história.


Tal como tinha acontecido há 4 anos, a abstençom foi muito maioritária na Galiza, se bem perdeu dous pontos, passando de 56% para 54%.

Num país plenamente democrático, o evidente descrédito sistémico que a abstençom transparece provocaria umha convulsom, mas na Galiza nengumha das forças participantes questiona a legitimidade da repartiçom do bolo resultante, desconsiderando por completo esses 1.239.093 de galegos e galegas (mais de 54%!) que virárom costas ao processo eleitoral de legitimaçom da Uniom Europeia e do euro.

PP cai... mas a oposiçom nom comparece

Já entre as minoritárias candidaturas participantes, o Partido Popular sofre umha forte queda, mas mantém o primeiro posto. Passa dos 50% de votantes (571.320) para 35%, nada menos que 15 pontos por baixo, no que representa o seu pior resultado da história na Galiza, com 354.386 votos.

No entanto, fica evidente que nengumha força da oposiçom representa umha ameaça para a hegemonia do Partido Popular. O PSOE passa de 35% (403.141) para 21% (218.916), umha espetacular perda de apoios para a principal força da oposiçom. AGE mantém-se acima dos 100.000 votos e 10,52%, perdendo 100.000 em relaçom às autonómicas de 2012, quando atingira os 13,99%. Quanto ao BNG, continua a sua progressiva queda, ficando com 79.629 votos e 7,9% (tivera 103.000 e 9% há quatro anos). O surpreendente é a irrupçom da candidatura espanhola "alternativa" encarnada polo mediático Pablo Iglesias (Podemos), que ultrapassa o BNG e fica com 8,3% e 83.000 votos (5 deputados no conjunto do Estado espanhol).

Nem sequer somando todas as forças autodenominadas "de esquerda" (se bem Podemos evitou durante a campanha definir-se nesses termos), seria ultrapassado em número de votos o Partido Popular, mas nom pola fortaleza deste, que perdeu mais de 220.000 votos, mas pola grande fortaleza das posiçons abstencionistas, que costumam aglutinar sobretodo setores de esquerda contrários a legitimar as opçons sistémicas. Dezenas de milhares de potenciais votantes de esquerda continuam a ficar fora dos processos eleitorais.

Espanholismo reforçado em todo o espectro político

Se olharmos o resultado sobre o eixo nacional, as conclusons som mais do que preocupantes. Confirma-se o fortalecimento eleitoral do espanholismo, que nas suas diversas expressons (PP, PSOE, AGE e Podemos) aglutina umha ampla maioria dos votos emitidos, enquanto o BNG fica ainda mais reduzido a um núcleo significativo, mas claramente insuficiente para a construçom nacional no plano eleitoral. Inclusive os ultras espanhóis UPyD, Ciudadanos e Vox conseguem, somados, quase 60 mil votos, que devem somar-se aos do PP para obter umha dimensom real do espanholismo militante de direita.

Tanto Anova como o BNG, incapazes de articular junto à esquerda independentista numha única candidatura galega soberanista e de esquerda, figérom umha leitura altamente positiva dos seus resultados, através dos seus dirigentes Xosé Manuel Beiras e Xavier Vence. Sem fazerem qualquer consideraçom sobre o relevo da enorme abstençom como opçom de descrédito da Europa do capital, limitárom-se a sublinhar a sua capacidade de resistência frente a um bipartidarismo cada vez mais erodido. Sendo certo que o BNG foi discriminado polos meios de comunicaçom públicos (nom assim AGE, ainda que Beiras o desse e entender), talvez a dirigência do Bloque deva ir além dessa explicaçom para compreender a sua contínua perda de apoios, que desta vez o levam ao 5º posto e confirmam AGE como terceira força eleitoral galega.

O social-liberal e autonomista galego CxG (Compromiso por Galicia), coligado com o PNV com e CiU, ficou em 9.641 votos (0,95%).

Entretanto, ainda no ámbito galego, convém lembrar que a opçom do aberto rejeitamento da Uniom Europeia e do euro, junto à defesa explícita da independência nacional galega, estivérom ausentes das candidaturas participantes.

Em termos de representaçom institucional, Anova, graças ao seu pacto com a espanhola Izquierda Unida, garantiu umha deputada "a tempo completo" no Parlamento europeu: Lídia Senra; já o BNG, coligado com a basca Bildu, terá direito a que a sua candidata Ana Miranda participe durante uns meses num Parlmento europeu hegemonizado pola direita e com umha crescente presença de grupos nazi-fascistas dos quatro cantos da Uniom Europeia (Dinamarca, França, Reino Unido, Áustria, Grécia, Hungria...). A UE será ainda mais um pólo oligárquico e imperialista contrário à verdadeira democracia que, previsivelmente, continuará a se manifestar como inimiga dos povos.

Situando a importáncia do processo eleitoral na sua devida dimensom, haverá que esperar para comprovar a sua influência nos diferentes projetos partidários, nomeadamente nos incipientes processos de unidade de açom entre forças da esquerda soberanista e independentista, algumhas das quais nom tivérom expressom nesta campanha.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.