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chinausaChina - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] Nos últimos meses, o governo norte-americano têm acentuado a campanha contra a “espionagem industrial” promovida pelos chineses, principalmente contra os ataques cibernéticos, apesar dos acordos estabelecidos no dia 11 de setembro.


Wikimedia Commons (CC BY 3.0)

As revelações realizadas por Edward Snowden (ex-agente da CIA e da NSA) e por Bradley Manning (ex-agente da CIA) trouxeram à tona os verdadeiros interesses por trás da retórica e a brutal ditadura em que o imperialismo norte-americano, com a cumplicidade das demais potências imperialistas, tem jogado o mundo.

O imperialismo busca desmontar a política chinesa de promover um “modelo de governança multilateral da Internet”. Ao mesmo tempo, aparece como uma escalada da pressão da ala direita do imperialismo em relação à China que inclusive se movimentou para que as sanções fossem impostas antes da visita do presidente chinês, Xi Jinping, aos Estados Unidos, que aconteceu no mês passado.

Há cinco meses, o presidente Barack Obama assinou um decreto que passou a permitir a aplicação de sanções sobre os “cibercriminosos”. O Pentágono criou uma divisão especial. Houve ameaças sobre a aplicação de sanções sobre empresas chinesas. Em abril, Obama autorizou o Departamento do Tesouro a congelar os investimentos das “entidades” envolvidas em ciberataques.

A pressão contra os chineses foi relaxada após a visita de Xi Jinping. O presidente Barack Obama declarou: “Nós temos acordado que nem o governo dos Estados Unidos nem o governo chinês conduzirá ou apoiará o roubo cibernético da propriedade intelectual, incluídos segredos comerciais e informação confidencial sobre os negócios para obter vantagens comerciais.” Já o presidente chinês disse que “ambas as partes acordaram aumentar o combate, assistência nas investigações e compartilhamento de informações.”

O novo acordo faz parte da política da Administração Obama de fortalecer a frente única no Oriente Médio relaxando os outros pontos de conflito, principalmente com a Rússia (em relação à Ucrânia), o Irã (acordo nuclear) e a China. Essa ala do imperialismo enfrenta a resistência da ala mais direitista, que tenta impor medidas mais duras contra as potências regionais, que é aliada próxima à reação do Oriente Médio, principalmente a obscurantista monarquia saudita e os sionistas israelenses.

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O acirramento das contradições entre o imperialismo e as potências regionais faz parte da política do “salve-se quem puder” impulsionada pelo aprofundamento da crise capitalista mundial. Na tentativa de salvar os lucros dos monopólios, a pressão por uma espoliação maior tem aumentado, principalmente sobre os países atrasados e por meio do parasitário sistema financeiro. Enquanto gritam sobre o protecionismo chinês e de outros países, os Estados Unidos e a Europa mantêm enormes subsídios sobre os produtos agrícolas, por exemplo.

Os Estados Unidos pressionam o governo chinês pela aceleração da abertura aos monopólios e pelo fim da “manipulação da taxa de câmbio do iuane.”

O governo chinês, assim como as demais potências regionais, têm tentado aplicar uma política independente do imperialismo em alguns aspectos, mantendo os acordos. Iniciativas econômicas, como a do Banco de Infraestrutura, o Banco dos BRICS e o Novo Caminho da Seda, correram por fora do órgãos controlados pelo imperialismo norte-americano. Pior ainda, alguns dos aliados próximos dos Estados Unidos, como a Alemanha, a França e, fundamentalmente, a Grã Bretanha aderiram. Mas os principais controles do mercado mundial são dominados pelos monopólios e foram “repartidos” por meio de gigantescas, recorrentes e sangrentas guerras.

A queda da Bolsa de Xangai e a desvalorização do iuane representaram apenas a ponta do iceberg da crise na China. Mais de US$ 300 bilhões, das reservas, foram utilizados para evitar o colapso do sistema financeiro.

O crescimento do poderio militar chinês e russo, em primeiro lugar, tem subido os alarmes do imperialismo que busca conter o fortalecimento das potências regionais. Uma das políticas de contenção tem acontecido acentuando a disputa territorial no Mar do Sul da China.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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