A organização Meli Wixam Mapu e as Comunidades José Guiñón, Wente Winkul Mapu e Autônoma de Temucuicui assinalaram que "este ano mais que nunca devemos ocupar as ruas, fazendo ressoar as vozes que gritam exigindo liberdade, justiça e autonomia para o povo mapuche".
Assim mesmo, afirmaram que se o Estado não dá resposta a seus conterrâneos em greve de fome, demonstrarão a eles que não estão sozinhos, mas pelo contrário, que existe um povo mapuche mobilizado e um povo chileno solidário.
Ontem, os quatro presos denunciaram que se sentem sequestrados em um hospital de Concepción, onde permanecem desde a última quarta-feira, depois de serem levados por causa de seu grave estado de saúde na prisão de Angol.
"Nos disseram que iríamos ao hospital só para um controle de rotina, e no final ficamos hospitalizados", afirmaram os comuneiros.
Erick Montoya, Rodrigo Montoya, Paulino Levipan e Daniel Levinao se declararam em greve de fome em 27 de agosto, para exigir que a Corte Suprema de Justiça revisasse suas condenações.
Os dois últimos foram sentenciados dias antes a 10 anos e um dia de prisão pelo delito de homicídio frustrado a Carabineros (força policial chilena) em atos de serviço e a 541 dias de prisão por porte ilegal de arma de fogo.
Além da revisão de suas causas pela Corte Suprema e a anulação de suas condenações, com sua greve, os réus exigem que não haja mais testemunhas protegidas e o fim às armações político-judiciais contra os comuneiros.
Também exigem a desmilitarização imediata do território mapuche, não mais torturas a crianças, mulheres e idosos nas invasões contra as comunidades e liberdade a todos os presos políticos mapuches.
De acordo com ditames médicos difundidos pela página digital Mapuexpress, os presos perderam até 13 quilogramas de peso e seu estado físico está muito deteriorado.
Daniel Melinao, porta-voz dos grevistas, declarou ao jornal indígena El Werkén que os presos foram enganados e transladados de Angol ao hospital de Concepción e que estão sendo alimentados à força.