1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (0 Votos)

050412_petrolifera_Argentina - PCO - A 30 anos da Guerra das Malvinas, o imperialismo britânico tenta apropriar-se de mais de 8 bilhões de barris de petróleo em reservas estimadas


Depois de 30 anos da Guerra das Malvinas, que começou em 2 de abril de 1982, o imperialismo britânico está promovendo a escalada da exploração e produção devastadora de petróleo na região o que tem provocado reiterados protestos do governo argentino.

Cinco multinacionais britânicas estão envolvidas: Falkland Oil & Gas, Rockhopper Exploration, Desire Petroleum, Borders & Southern, Argos Resources. De acordo com o jornal britânico "Telegraph", as reservas potenciais alcançam 4,7 bilhões de barris, mas os trabalhos de exploração previstos para este ano na bacia sul das Malvinas poderão revelar reservas a existência de outros vários bilhões de barris nessa zona. A Rockhopper Exploration declarou que pretende começar as atividades de produção em 2016, e espera produzir, em 20 anos, 448 milhões de barris de petróleo no campo de Sea Lion, na bacia norte do arquipélago.

As primeiras perfurações foram realizadas pela Shell em 1998, mas não tiveram continuidade devido aos altos custos envolvidos na exploração e produção em águas profundas quando o preço do barril do petróleo estava em torno de US$ 10. Levando em conta que as reservas existentes no Mar do Norte sob o controle direto do imperialismo inglês alcançam 3 bilhões de barris e que estão em declínio e os custos de produção aumentando, devido à maduração dos campos, o controle direto do petróleo da região das Malvinas torna-se numa das suas prioridades estratégicas. A regulamentação de segurança e ambiental será muito menor que a existente no Mar do Norte o que apresenta o potencial de disparar os lucros às custas da depredação do meio ambiente.

"As Malvinas são da Argentina, os desaparecidos também!"

Em 1764, o capitão de fragata francês Louis Antoine de Bouganville estabeleceu a primeira base naval na região oriental, que acabou sendo vendida à Espanha em 1766, e denominou as ilhas como "Íles Malouines". Em 1765, o capitão inglês estabeleceu uma base na região ocidental. Após a independência do antigo Virreinato do Rio de La Plata da Espanha, a Argentina recuperou as ilhas usando mercenários norte-americanos. Em 1833, a Grã Bretanha as recuperou novamente e, desde então, as mantêm sob o seu controle.

Em 2 de abril de 1982, há 30 anos, a Junta Militar argentina, que tinha tomado o poder através do golpe militar de 1976, liderada pelo general Galtieri, promoveu a invasão das Malvinas. A Junta Militar encontrava-se sob imensa pressão perante o avanço do movimento operário e popular devido à intensificação da crise capitalista que após ter provocado fortes estragos com a crise do petróleo a nível mundial, em 1974, recrudescia novamente em 1982. O governo militar tentou desviar as manifestações populares, buscando criar a unidade nacional explorando os sentimentos anti-imperialistas das massas trabalhadoras. Após ter assassinado mais de 30 mil pessoas, a aparição das Mães da Praça de Maio, e depois também das Avós da Praça de Maio, teve como significado a denúncia pública em larga escala da podridão do regime, que, durante a Guerra, levantaram a palavra de ordem "As Malvinas são da Argentina, os desaparecidos também!"

Conforme ficou evidente mais tarde, o objetivo da Junta Militar era chegar a um acordo com o imperialismo britânico e, para isso, esperavam contar com o apoio do imperialismo norte-americano, à frente de cujo governo encontrava-se o ultra-neoliberal e conservador Ronald Reagan, que era um apoiador incondicional da ditadura fascistóide que, além de ter assassinado e desaparecido mais de 30 mil pessoas, aplicava a cartilha imperialista de destruir a indústria nacional e direciona-la para a produção e exportação de produtos agrícolas.

O desenvolvimento posterior dos acontecimentos foi muito diferente das expectativas dos militares argentinos.

A vitória militar do imperialismo britânico em 1982

O governo da direita "neoliberal", da primeira ministra Margaret Thatcher, declarou a guerra ao governo militar da Argentina e mobilizou a marinha real britânica para a região. Em 9 de abril, o governo da Grã Bretanha passou a contar com pleno apoio da Comunidade Econômica Europeia, da OTAN e da ONU.

1982 era um ano eleitoral na Grã Bretanha e o governo conservador enfrentava enorme e crescente impopularidade devido ao recrudescimento da crise capitalista a partir da crise do petróleo de 1974 – forte desemprego, ataques contra a legislação trabalhista, privatizações em larga escala e o confronto com a histórica greve dos mineiros. Margaret Thatcher aproveitou a guerra para desviar a atenção dos problemas internos e até, em cima da sua vitória, conseguiu se reeleger.

O governo do sanguinário ditador chileno Augusto Pinochet permitiu o estabelecimento de uma base de operações e de abastecimento das forças armadas da Grã Bretanha em território chileno.

A ditadura militar brasileira, chefiada pelo general João Batista Figueiredo, se manifestou a favor dos direitos da Argentina sobre as Malvinas, mas evitou o confronto com as potências imperialistas. Os militares brasileiros, que conduziam a "reabertura democrática" controlada por eles próprios após terem enfrentado as mobilizações estudantis e operárias de 1978 e 1979, temiam que a vitória da Junta Militar argentina levasse ao seu fortalecimento e à escalada do conflito com a ditadura chilena de Pinochet que já tinha crescido em relação à disputa pelo Canal de Beagle. A escalada dos conflitos militares na região poderia alavancar os movimentos populares que se encontravam em período de ascenso em toda a região. A Guerra das Malvinas já tinha aumentado o sentimento anti-imperialista das massas argentinas e de vários outros países. O trabalhadores do setor de telefonia da Argentina decidiram suspender os serviços de comunicações com a Grã Bretanha; mais de 100 mil pessoas se apresentaram como voluntárias para combater contra o imperialismo britânico; arrecadação de dinheiro e mantimentos foi organizada pelas organizações sociais e os sindicatos. Grandes manifestações contra a agressão militar do imperialismo britânico aconteceram em vários países latino-americanos. Mais de 150 mil pessoas marcharam em Lima, Peru; dezenas de milhares de imigrantes marcharam em Los Angeles, São Francisco e Nova Iorque, nos EUA.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.